5 Livros sobre universos matriarcais
#1 Baú dos Livros
Estreio a rubrica "Baú dos Livros" com cinco sugestões de livros sobre universos matriarcais nos quais são as mulheres que "governam". A ideia adviu de uma conversa sobre o livro O Poder de Naomi Alderman que li recentemente e que considerei bastante original. A minha interlocutora apresentou-me um rol de livros com o mesmo mote, mas quase todos sobre universos distópicos e com forte componente de ficção científica - que não é examente o meu género literário de eleição. Ainda assim, logrei selecionar esta breve lista com estilos diversos, mas estórias que partilham universos de base matriarcal e que, utópicos ou distópicos, criam na leitora e leitor reflexões interessantes.
Terra Delas (1915), Charlotte Perkins Gilman
Ficção científica - Utopia/Distopia - Clássico feminista
No início do século XX, três jovens amigos partem para uma expedição a terras longínquas - e acabam por ir parar à Terra Delas, um país extraordinariamente evoluído e civilizado, exclusivamente povoado por mulheres. Um dos três amigos é um ricaço sedutor e fanfarrão; o segundo é um médico sem vocação, alma romântica e cavalheiresca; o terceiro é sociólogo — e é esse o narrador desta história, o que a torna imediatamente hilariante: este sofisticado mundo feminino é-nos apresentado através do espanto absoluto de três representantes do mundo masculino, que vêem ir por água abaixo todas as ideias feitas que têm sobre o que são as mulheres e de que são capazes.
Comprar na Bertrand (edição traduzida)
Comprar na Bertrand (edição em inglês)
A Fenda (2007), Doris Lessing
Ficção - Fantasia
Imagine uma comunidade pré-histórica exclusivamente constituída por mulheres, que não conhecem homens nem deles têm necessidade, e que funciona de forma quase idílica. Imagine agora tudo o que poderá implicar para esta tribo o nascimento de uma criatura estranha: um bebé do sexo masculino. Esta é a premissa de que Doris Lessing parte para reflectir sobre um dos temas que mais a inspiraram ao longo da sua carreira: as relações entre ambos os sexos e como afectam toda a nossa vida. Com este livro, porém, Doris Lessing vai ainda mais longe, ao fazer também um retrato de uma beleza desconcertante da natureza simultaneamente transitória e imutável dos seres humanos, com os sentimentos de ambição, vulnerabilidade e incompletude que a caracterizam.
Comprar na Bertrand (edição traduzida)
Comprar na Bertrand (edição em inglês)
O Poder (2016), Naomi Alderman
Ficção científica - Utopia/Distopia
Quando as raparigas ganham o poder de causar sofrimento e morte, quais serão as consequências?
E se, um dia, as raparigas ganhassem subitamente o estranho poder de infligir dor excruciante e morte? De magoar, torturar e matar? Quando o mundo se depara com esse estranho fenómeno, a sociedade tal como a conhecemos desmorona e os papéis são invertidos. Ser mulher torna-se sinónimo de poder e força, ao passo que os homens passam a ter medo de andar na rua, sozinhos à noite.
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The Book of the City of Ladies (1405), Christine de Pizan
Não ficção - História - Clássicos
Em diálogos com três damas celestes, Razão, Retidão e Justiça, Christine de Pizan (1365-ca. 1429) constrói uma cidade alegórica fortificada para mulheres, usando exemplos das importantes contribuições que as mulheres deram à civilização ocidental (guerreiras, inventoras, eruditas, profetisas, artistas e santas) e argumentos que provam os seus direitos intelectuais e de igualdade moral para com os homens. A espirituosa defesa de Christine de Pizan do seu sexo foi única pelo seu confronto direto com a misoginia da sua época e oferece uma visão reveladora da posição das mulheres na cultura medieval.
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Woman on the Edge of Time (1976), Marge Piercy
Ficção científica - Utopia/Distopia - Clássico feminista
Connie Ramos é uma americana de ascendência mexicana que vive em Nova York. Uma mulher que já foi ambiciosa e orgulhosa, ela perdeu o seu filho, o seu marido, a sua dignidade - e agora querem tirar-lhe a sua sanidade. Depois de ser injustamente ecaminhada para uma instituição de saúde mental, Connie é contactada por um enviado do ano de 2137, que lhe mostra um futuro utópico de igualdade sexual e racial e harmonia ambiental.
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