Mulherzinhas, Louisa May Alcott (1868)
Ficção - Clássicos
Por influência do desafio de uma amiga para ir ao cinema assistir ao - esplêndido - filme Mulherzinhas, resolvi reler a obra de Louisa Alcott que me acompanhou desde cedo na infância e à qual regressei poucas vezes.
Que feliz resolução! Reler Mulherzinhas trouxe-me à memória vivências felizes da meninice, sobretudo da minha primeira biblioteca, do primeiro cartão de leitora, da primeira requisição de um livro, de como o intervalo do almoço voava quando mergulhava nas prateleiras da modesta biblioteca do colégio.
É um livro juvenil, eu sei. Mas sintetiza dentro de si tão bons exemplos, tão bons sentimentos sem vã moralidade, que é um encanto, um livro que apetece ter na mesinha de cabeceira para confortar, para embalar.
Nesta obra acompanhamos a vida de quatro irmãs, Meg, Jo, Beth e Amy, os seus sonhos e anseios, os seus esforços e frustrações, a sua rivalidade e amizade e a sua passagem da mocidade para a vida adulta.
Posso não gostar muito do título do livro (há algo de inferior na ideia de mulherzinhas), não descuro também a época no qual foi escrito e sou a primeira a ficar irrequieta na cadeira com algumas passagens respeitantes à dita condição feminina. Mas é por isso também que lá está Jo, para iluminar o dia.
Jo é uma personagem deliciosa pela sua natureza espontânea, irreverente e não convencional. Detentora de um invejável sentido de independência, é sobre ela que recai o foco da história.
Nunca me conformei com o destino de Jo e no meu coração ela correu sempre livre e desprendida. Mas talvez hoje compreenda melhor o destino que a escritora escolheu para ela, tornando-o não numa inevitabilidade do fado feminino, mas sim numa escolha pessoal.
Um livro para todas as meninas e mulheres deste mundo. O primeiro que ofereço às meninas do meu, para que sonhem muito e alimentem sempre a esperança.
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